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Após sucesso de Vai na Fé, Elisa Lucinda encara novos desafios

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Após o grande sucesso na global Vai na Fé, a multiartista Elisa Lucinda (65) se prepara para novos voos. Série no streaming, podcast, filmagem de um longa, documentário sobre sua vida, três livros e três peças, sendo uma delas, Parem de Falar Mal da Rotina, espetáculo que a atriz encena há 21 anos e, no início de setembro, apresentará no Teatro Rival, no Rio. Apesar de estar com a agenda cheia, ainda sobra tempo para receber a CARAS em sua casa, em Copacabana, para falar da novela que ela acabou de finalizar e que ficará marcada em sua vida.

– Como foi participar de uma novela histórica como Vai na Fé, com tanta representatividade?
– Pensa numa pessoa andando sobre sua utopia, sobre o seu sonho. Eu ainda luto muito, mas passei grande parte da minha vida lutando para essa hora em que a gente tivesse mais oportunidade, que o audiovisual compreendesse a amplitude da sua ação, se liberasse de alguns preconceitos estéticos. Porque houve um aprisionamento da mente, dos formadores do ponto de vista colonial, os valores vigentes são os da casa-grande, onde o negro não é tão bonito, não é tão capaz, é inferior. Eu não estou acusando ninguém, estou dizendo que todos nós temos sequelas dessa vida de casa-grande e senzala que ensinou ao Brasil uma forma de existir. Então, quando os produtores de elenco, quando a própria engenharia da televisão entende que nós somos 56% da população… Essa novela emplacou por quê, além da história interessantíssima? Porque ela foi lá no real e o real somos nós, a maioria. O Brasil precisa ter orgulho dessa história. É um momento importante, um monte de ator preto, bom. Não estou falando de mim, estou falando de Clara Moneke, Sheron Menezzes, Samuel de Assis. É uma lição para o Brasil e espero que a gente caia numa piscina de mil convites, abrindo a cabeça de cada produtor de elenco.

– Essas oportunidades servem como inspiração para a nova geração. Você não teve tantas referências assim, não é?
– Não, todo mundo era o único preto de cada elenco, só para dizer que tem. A coisa mais difícil era ter dois pretos no elenco.

– Te conforta pensar que, com essa mudança no audiovisual, quem está chegando não vai enfrentar as mesmas dificuldades?
– Me conforta, principalmente porque deu tempo de eu ver e deu tempo para mim, para a Zezé Motta, que está com a agenda lotada, como sempre deveria ter sido, vendo suas amigas enriquecerem. Isso é muito doido. Isso vai lá para nossa conta do banco, entende? É um absurdo. É bom ver uma pessoa como a Zezé brilhando nos comerciais, nas capas de revistas, linda! Mas teve gente que morreu esperando um bom papel, merecendo uma curva dramática.

– Sua personagem teve muitos arcos dramáticos, um foi a religião. Como foi para você interpretar uma evangélica?
– O Ailton Graça me disse assim: ‘só uma macumbeira para fazer uma evangélica daquele jeito’ (risos). Eu entendi o que ele estava falando. O lugar menos preconceituoso que conheci na minha vida, das igrejas todas, foi o terreiro. Nenhum pai, mãe de santo, eles nunca perguntam, no terreiro eles não querem saber se você é evangélica, budista, isso não interessa. O que interessa é que você está precisando. Às vezes, está sem comer, brigou com o marido, foi agredida e não tem para onde ir. O fundamento do terreiro é acolher e o terreiro é lugar de fartura, você vai a uma festa de santo é uma comidarada. Eu falo isso para que o Brasil compreenda quem ele é, se identifique, se orgulhe, porque é bonito ter esse fundamento. Essa minha formação de orixá me dá abertura para amar outras fés.

– Então não teve receio?

– Eu fiquei com medo no início, porque achava os evangélicos todos iguais, caretas, conservadores, fundamentalistas, homofóbicos, atrasados. Quando fui fazer a Marlene, no primeiro ‘misericórdia’ dela pensei ‘que mulher chata!’. Mas vi que não podia fazer um personagem pensando assim e comecei a estudar com a mãe da minha assistente, a Sara, que é uma evangélica, mas que não sai do samba. O pai
dela me deu a Bíblia Africana. Eu não conhecia esse evangelho. Aprendi que os evangélicos não são iguais, tem muitos bacanas e que no evangelho do amor não tem arma e nem ódio.

– Na trama, a Marlene começou a namorar. É importante mostrar o amor na maior idade! Assim como ela, você está feliz com seu Jonathan Estrella.
– Embora eu goste de amar, eu vivo bem comigo. Tenho muita coisa para fazer quando estou sozinha, não falta agenda e eu sempre saio, vou dançar, não preciso ter uma companhia para isso. E quando estou com outra pessoa é porque está melhor ainda, é porque o negócio está ótimo! (risos)

– Sofre preconceito por ser mais velha que ele?
– Umas duas ou três pessoas falaram, pensando que ele é meu filho, porque ele parece comigo. A primeira vez a mulher falou assim, ‘seu filho está lindo!’. Aí falei: ‘ele não é meu filho, o que ele faz comigo, filho não faz com a mãe’ (risos). E tem que falar com a cara mais safada que tiver. É para aprender, porque não fazem isso com homens. Até que não tenho sofrido, minha sogra tem 48 anos e me adora. Uma mulher namorando um homem mais novo está em vantagem. Tenho o dobro da idade dele, respeita a minha história. No jogo da vida, nas relações, até meu conceito de respeitar o outro é uma relação ótima, ninguém olha celular de ninguém. Ninguém controla, eu não gosto disso. Nós temos
uma relação muito saudável. Ninguém está aqui por outro motivo a não ser o amor e o desejo.

FOTOS: MÁRCIO FARIAS; ASSISTENTE DE FOTÓGRAFO: FÁBIO CRUZ; PRODUÇÃO: ELISA LUCINDA

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